Na gestão de pessoas existe um desafio que abrange todas as empresas com mais de 100 empregados, trata-se da gestão de pessoas com deficiência- ou PCD.
A legislação brasileira estabelece uma quota de vagas de emprego, por empresa reservada para pessoas com deficiência, que pode variar de 2% a 5%. Este artigo foca-se, exclusivamente, na questão da integração destas pessoas nas equipes.
O princípio da igualdade, conforme Norberto Bobbio, impõe para sua efetividade, que se trate de forma diferente aqueles que tenham necessidades especiais, a fim de lhes dar suporte, para que atinjam a igualdade. Dentro desta visão o acolhimento dos profissionais com deficiência exige atenção diferenciada dos gestores e líderes das empresas: cuidados ergométricos com o mobiliário, rampas de acesso, computadores com dispositivos especiais para deficiência visual e auditiva, dentre outros.
Do ponto de vista das atividades é importante identificar os talentos especiais de cada PCD. Pessoas com autismo leve, por exemplo, são muito eficientes em atividades que exijam concentração. Outras apresentam organização excepcional para trabalhos com estoque. Mas, seja qual for a atividade o treinamento e a supervisão são fundamentais para o bom desempenho destes colaboradores.
A integração nas equipes é muito importante para que os colegas recebam com empatia as pessoas com deficiência e as auxiliem nas adversidades que possam surgir no dia a dia. Para isto é imprescindível um trabalho de sensibilização das equipes, através de seminários e workshops.
Desenvolver a empatia -colocar-se no lugar do outro – que implica no reconhecimento e disciplina das próprias emoções, para poder desenvolver uma escuta atenciosa das razões e necessidades do outro, terminando em atitudes de acolhimento, encorajamento e auxílio.
Outro ponto importante é o desenvolvimento da comunicação não violenta. Neste tópico é realizado um trabalho com os colaboradores, para que identifiquem como o papel das emoções descontroladas e das diferentes percepções sobre uma mesma situação, podem afetar negativamente as relações humanas e no trabalho, gerando conflitos que poderiam ser evitados, se utilizadas as técnicas adequadas para melhoria da comunicação.
Tem sido, incrível nos workshops que participamos, verificar como as pessoas se identificam com as situações de conflito dramatizada e como passam a enxergar que existem outras atitudes que podem ser tomadas para transformar o dia a dia.
No final, estes trabalhos de sensibilização acabam sendo um aprendizado que não se resume ao acolhimento de pessoas com deficiência PCD, mas que podem se tornar um meio de transformação para todos os campos das relações humanas.